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As aves invadem os forros, salas de aula, pátios, refeitórios das instituições e podem transmitir doenças como parasitoses intestinais, alergias, pulgas e piolhos.

Manaus – De janeiro a agosto deste ano, pelo menos 35 escolas de Manaus já sofreram com a infestação de pombos, de acordo com o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). As aves invadem os forros, salas de aula, pátios e até refeitórios das instituições. Além de tirar o sossego dos estudantes e professores, o risco de transmissão de doenças, inclusive a meningite fúngica, preocupa os pais.
Na Escola Municipal Elinéa Folhadella, localizada na Avenida F, s/n, Alvorada I, zona centro-oeste, que fica dentro da Feira Coberta, os alunos são obrigados a conviver com os pombos. De manhã, quando os estudantes chegam para as aulas, o pátio da escola está tomado pelas fezes das aves.

A cobradora de ônibus Shirléia Pantoja, 37, disse que seu filho de 7 anos, que cursa a 2ª série do Ensino Fundamental na escola, vive doente por causa dos pombos. “Ele tem alergia na pele. A doutora do Hospital Tropical me disse que é por causa dos pombos. Não vejo a hora de acabar o ano letivo para tirar ele daqui”, afirmou.

Por estar localizada dentro da feira, a escola enfrenta também problemas com ratos, de acordo com os pais. “Sempre foi assim, cheio de pombos. Essa feira chama os pombos e ratos”, reclamou Bruna Tavares, 22, mãe de um aluno. A dona de casa Ruth Viana, 33, tem medo de que seu filho, de 9 anos, pegue alguma doença na escola por causa dos pombos. “Eu já estou vendo um outro colégio para tirar ele daqui. Esse problema dos pombos é constante”, disse.

No bairro Santa Etelvina, zona norte, pais de alunos da Escola Municipal Profª. Elizabeth Beltrão também reclamam da infestação de pombos na instituição. Segundo a dona de casa Maria Alice Cardoso, nos dias de chuva, o problema se acentua. “Os pombos ficam no pátio. As crianças não entendem, jogam pipoca. O pior é o mal cheiro deixado pelas fezes das aves. Também tem muitas penas. As serventes limpam, mas não dão conta de tudo”, disse.

No início de 2012, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) firmou contrato no valor de R$ 5 milhões com a empresa Armaseto, para fazer o controle de pragas em todas as escolas da Rede Municipal de Ensino.

Infestação
Segundo o assistente em saúde e biólogo do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Felipe Pinheiro, as demandas são constantes. “Problemas com infestação de pombos existem em feiras, fábricas, além das escolas municipais, estaduais e particulares”, disse.
Segundo ele, o Centro de Controle de Zoonoses é responsável por fazer o diagnóstico do problema. “Depois que identificamos a existência de pombos em um local, fazemos um relatório dos fatores que contribuem para a proliferação deles”, explicou, ao ressaltar que as mudanças necessárias no imóvel infestado para conter os pombos não é de responsabilidade do órgão. Nas escolas, de acordo com o biólogo, o CCZ faz palestras educativas, quando solicitado pela direção.
De acordo com a lei 9.605, de 1998, Artigo 29, os pombos são considerados animais domesticados e, por isso, não podem ser exterminados. “Sendo assim, orientamos o controle ambiental, que é eliminar os ‘quatro A’, que é Acesso, Abrigo, Água e Alimento”, orientou.

Nota
A Semed informou que, por conta dos recentes temporais, a estrutura do telhado da Feira Coberta do Alvorada ficou prejudicada. Com isso, os pombos passaram a ocupar outros espaços e acabaram voltando a atingir a Escola Municipal Elinéa Folhadella. A equipe de manutenção faz limpeza diária no local e o serviço de despombalização deve ser realizado já nos próximos dias.
A Semed ressaltou, ainda, que desde 2010, quando passou a investir nas reformas e melhorias estruturais das escolas, o problema diminuiu consideravelmente na Rede Municipal de Ensino.
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De acordo com o chefe do Departamento Clínico da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT/HVD), Antônio Magela, as fezes dos pombos transmitem inúmeras doenças. “Os pombos são pragas urbanas. Das várias doenças, inclusive parasitoses intestinais, alergias, pulgas e piolhos, que são transmitidas pelas fezes dos pombos, a que mais preocupa é a meningite fúngica”, alertou.

A transmissão se dá, segundo Magela, pela inalação. “Os pombos defecam, as fezes ressecam e o ser humano acaba inalando o fungocryptococcus”, disse, ressaltando que o homem tem que evitar o contato com o pombo. “As pessoas não podem dar comida para os pombos. O homem acaba oferecendo condições propícias para eles”, disse.

FONTE: Notícias amazonas – http://www.d24am.com
MÊS: outubro
Ano: 2012

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